sexta-feira, 27 de junho de 2025

Rali de Beja 2025

Após 7 anos parado no "estaleiro" voltamos a competir no "velhinho" Evo6 que tanta alegrias me deu. Neste rali pouco quis colaborar conosco dando-nos apenas um "possível" P5 na geral e 3º entre os concorrentes do Campeonato Sul. 

Este rali foi especial para mim pois fiz 200 ralis a navegar.





Deixo-vos mais uma cronica do nosso "tio" Cirne deste rali de Beja

Sexta feira dia de abalada para Beja


A maior estrutura móvel da Wintech saía primeiro devido ao seu grande porte e velocidade mais lenta e apesar de bem conduzida por um piloto muito rápido, a lei do tacógrafo não permite que se ultrapasse os 90 Km/hora.


Um Peugeot  bastante mais ágil, pilotado pelo Engenheiro, partia em demanda do Valter;  mais atrás seguia uma carrinha com  jantes pintadas num maravilhoso tom de roxo, respeitando por vezes as leis impostas pela legislação em relação á velocidade do conjunto.


Ponto de encontro, o parque de assistência que, apesar da sua grandeza, não era grande coisa. Uma coisa era certa: o pó seria muito na passagem dos carros e os mecânicos iriam ter dores no corpo causadas pelas pedras bicudas na altura de se deitarem para fazer as reparações e a manutenção dos carros participantes no Encivil Rali de Beja, orquestrado pelo Presidente Veirinhos que para o próximo ano vai exigir a presença de um atrelado  aos carros de competição para a colocação da publicidade obrigatória fornecida pela organização, e só no fim, na entrega dos prémios, percebi o porquê!!! Pois um belo Lamborghini do dono da Encivil apanhava o mesmo pó que cobria tudo e todos.


Chegados ao parque, já com a lua no horizonte, fechámos tudo e fomos jantar a um restaurante onde a comida era excelente, mas apenas um senão, o ruído era mais forte que num dia de formula 1 em qualquer autódromo; o prestável pessoal tinha a tez queimada pelo anos de exposição ao sol alentejano.


Fomos para o hotel: ótimas instalações, corredores e quartos com elevadas temperaturas obrigavam ao uso do ar condicionado no interior dos quartos.


Merecido descanso pois a alvorada era cedo. Bem dormidos e com um bom pequeno almoço, partíamos para o parque afim de dar inicio ao trabalho de preparação para o acolhimento dos três carros destinados ao sofrimento infligido pelos seus pilotos nos difíceis troços.


A equipa Vítor e Márcio saiam de manhãzinha para poderem treinar. Os Muletos fornecidos pela Europcar não dispunham de rodas suficiente para tanta pedra solta e ambos os carros perderam contra o difícil piso furando; o Carlos continuou com um aviso vermelho no tablier que o informava do mau estado do pneu, por seu lado o Vítor, mais cauteloso, preferia a presença do serviço de assistência em viagem para o levar para uma área de pneus; a SEIÇA que fornece pneus até à beiça, mas que de momento não tinha pneus da medida requerida pois já os tinha esgotado no carro do nosso Carlos que já se encontrava no interior e dizia “não descarreguem a viatura”, ordem que não foi obedecida  porque o barulho do ar condicionado no interior do Opel não permitia ouvir o que se passava no exterior. “Vão à ROADY que é aqui perto”. Carrega novamente e arranca orientados pela voz doce da menina do GPS.


Ali estava a solução com preços para várias qualidades de borracha, “levo dois destes”, diz o Vítor; montagem rápida e o carro estava preparado para mais uma ronda, o que não aconteceu pois o piloto com a sua experiência decidiu mudar de rumo não indo aos troços para tirar as notas que lhe faltavam, porque já tinham saído da sua carteira.
Tarde quente de sábado: vamos almoçar, o nosso habitual cathering estava fechado para férias, por isso rumámos á Tellepizza ou similar pois são todas iguais.


O pessoal que servia não tinha nenhum charme e o cozinheiro primava por ser alentejano com feições de asiático. As pizzas demoravam e a confusão reinava entre o pessoal que envergava a camisola de cor vermelha.


O rali começava às 16 horas e estávamos todos ansiosos.


Três equipas: o10 Carlos Fernandes/ Valter Cardoso, o 25 Nuno Garcia/Alexandre Lopes e o 26 Vítor Calisto/Márcio Calisto.


Seis pilotos , três carros, dois técnicos - o Miguel e o Engenheiro Pedro -, o Tamagoshi e o Avô da Wintech. Não ia ser tarefa fácil nos bastidores onde se esperava que a experiência viesse ao de cima , mas tal não se verificou e a indisciplina ditou decisões mal tomadas, perante o sempre calmo e ponderado Miguel. Por sua vez o Engenheiro e o Tamagoshi juntaram-se numa parceria cujo espírito de colaboração não se coadunava com uma equipa que já atingiu um alto estatuto, pondo os poucos cabelos do Avô em pé.


Os carros vinham à assistência e o trabalho era feito no tempo estipulado pela organização,
Na assistência antes da super especial havia a necessidade de montar os faróis suplementares para a boa visibilidade dos pilotos: durante a montagem, ouviu-se, “atenção que esta calandra não é do Toyota” e nesse momento as coisas começaram a complicar-se, o engenheiro revolvia o camião mas os faróis suplementares não queriam ir apanhar o calor da noite alentejana. E eis que o regressado Carlos vindo do parque fechado e com o seu apurado faro conseguiu distinguir o cheiro dos sapatos do Vítor do cheiro mais agradável da calandra; “já não há tempo para montar aqui” e o pobrezinho partiu para a ligação onde, à revelia a dupla maravilha, iria proceder à montagem.


O Mitsubishi numero 10 sofria uma alteração no tejadilho que iria impedir a entrada de pó, qual Rali 1 onde por vezes é preciso usar óculos de mergulhador para conseguir respirar numa máquina de tão elevado preço porque, segundo o bate chapas, a pressão vinda do exterior não permitiria a entrada do pó: cabecinha pensadora, neste caso não é aplicado o termo alentejano “engenero”.


A meia noite era passada no MacDonald e o relógio do Valter previamente programado, alertou  para a data dos 75 anos do Avô. Vieram os abraços de toda a equipa e os parabéns pelos quais  estou muito grato, bem como pela vossa amizade e paciência. Isto está a tornar-se um hábito, os 74 em Castelo Branco, estes em Beja, porque será que fazem ralis no dia dos meus anos? Onde se realizará nos meus  76?


Este rali tinha duas figuras presentes desde a minha infância, de frente para nós o TINTIM e do nosso lado o Capitão HADDOCK que apresentava na manhã de Domingo um semblante cerrado devido à dor que sentia nas notas, digo costas, que o acompanha desde longa data e que o iria obrigar a apresentar a desistência; só o piloto é a vedeta, mas aquele que se senta ao lado também tem um papel muito importante. A nossa alegria esmoreceu e de três japoneses só dois ficavam. É a vida!


O Carlos continuava a lutar para subir na tabela, porque o Veirinhos só tinha prémios até ao quinto da geral e o nosso Piloto não queria vir de mãos a abanar; o Mitsu não ajudava e a única pressão era a falta dela, o motor mais parecia ser aspirado.
O Nuno com um Mitsubishi alugado ao Carlos dizia que anda nos ralis em trabalho, não usava o ALS nos troços porque transformava o carro de coelho para lebre.


No entanto e segundo o nosso espião, o ALS era usado com o carro parado acelerando ao corte e nas ligações para agradar ao público.


Enquanto o Toyota descansava na sua boxe protegido do sol, os seus compatriotas continuavam na luta e o pó cor de caramelo fazia mais uma vitima : o Trabalhador  que arranjava um rico trabalho capotando o Mitsu para lembrar ao Carlos que aquela cor Azul não é a mais indicada para aquele modelo, apelando para que seja mudada.


Enfim, no calor do Alentejo só um dos nossos carros terminou. Mais uma vez a parelha do Nº 10 subia ao pódio, desta vez a pé  para ir buscar o ultimo prémio, o prometido quinto lugar da geral. Porque o cansado Mitsubishi não andou nem mais um metro, sem o funcionamento da sua embraiagem.


Hora de almoçar no Pizza Hut com bolo, velas e um coro afinado que cantava os parabéns a mim.
Chegou a hora de desmontar a barraca e como nos livros de Hergé, não existe Tintim sem a sua fiel Milu, ela aparecia ao fim do dia coberta com uma capa vermelha fazendo a alegria dos conhecedores.


A viagem de regresso começou com um atraso porque a Marlene não se queria erguer, depois de um curto descanso pois a viagem para Beja tinha sido fatigante. Passado algum tempo e com várias manobras, começámos a ouvir uns estalos da cansada estrutura e um sábio “está a subir”; a Marlene arrancou, enquanto a carrinha ia recolher o Mitsu à força de braço do Engenheiro, que manobrava o guincho enquanto outros empurravam, para que o teimoso subisse para o atrelado.


Vamos jantar a Aguas Santas, comer um choco frito. Quando chegámos já o monstro estava em repouso e o pessoal sentado à mesa em alegre cavaqueira com sorrisos até às orelhas e na sua frente uns copos de água de Vialonga. Saímos para continuar a viagem e aí começou o drama, a Marlene já não tinha forças para se levantar, qual elefante em fim de vida. No desespero dizia-se:” fica aqui e o Dr. Alipio vem ver o que se passa”; “atenção que este sítio é um bocado duvidoso”, disse eu!!! E a irrequieta dupla Engenheiro e Tamagoshi tomaram conta da situação consultando o amigo Google para resolverem o problema dos travões, e o finca-pé terminou ficando o chico livre para continuar. Parou o cortejo na A-2 ainda com a teimosia da Marlene, que encostou os pneus à carroçaria e teimava em não continuar, o transito era pouco e o Engenheiro corria de um lado para o outro; a cena era digna de um programa dos apanhados. Problema resolvido, a viagem continuou e os males que vinham do conjunto da frente passaram para o de trás. À entrada da portagem: digo eu “partiu qualquer coisa no pedal de embraiagem”; o Miguel desesperado não queria acreditar e com a ajuda do seu olho mágico foi ver o que se passava; “bolas partiu o veio da bomba de embraiagem”!!! Vou buscar fita americana, o que não resultou pois agora é uma Trumpa, vou arranjar uma chave sextavada interior, o problema foi encontrar a medida ( comprimento ) adequado e lá veio uma que levou o pedal até junto do tablier mas resolveu o problema e o conjunto continuou até ao nosso estaleiro onde o restante pessoal aguardava pacientemente. Ainda faltava mais uma surpresa, pois o pequeno Mitsubishi do Carlos não tinha bateria e o piloto queria ir para casa para partir para umas merecidas férias.


 Um bem Haja a todos os elementos da Wintech pela vossa amizade.


Parabens Wintech

                                       A.Cirne

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Rali de Castelo Branco 2025

Primeiro rali da fase de asfalto e que nao correu como previsto. Furamos na PEC2 e depois fizemos um rali de recuoeraçao onde mantivemos um ritmo interessante